Gays têm igreja na capital potiguar

imageCom proposta inclusiva, Comunidade Nova Esperança reúne fiéis homossexuais sem preconceito, nem rejeição

"Não precisamos usar 'máscaras' para apresentar nossa realidade. Nós somos evangélicos e a nossa única regra é seguir os mandamentos da Bíblia". Foi assim que a presbitera Raquel Almeida (nome fictício) resumiu o propósito da Comunidade Cristã Nova Esperança (CCNE), igreja conhecida por acolher o público gay. Com poucos detalhes na fachada e cultos três vezes por semana, a sede da instituição em Natal conta com a participação de 90% de homossexuais. Com um público formado em sua maioria por homens entre 19 e 45 anos, os fiéis buscam um espaço para suas oraçãos, sem preconceito e nem a rejeição que é encontrada nas demais igrejas. A unidade de Natal contam com cerca de 45 fiéis e foi responsável pelo primeiro casamento gay do Nordeste.

A CCNE começou a se consolidar na capital potiguar a partir de 2006, quando seis amigos resolverem realizar reuniões informais para discutir o evangelho. Aos poucos, novos membros foram surgindo atéque a Nova Esperança foi consolidada. Diante da iniciativa, Natal foi escolhida pra sediar a unidade regional da intituição, que hoje conta com quatro igrejas pelo Nordeste. Com a participação média de 25 pessoas por encontro, os fiéis acabam conhecendo a proposta através de convites de outros amigos, redes sociais, site da igreja (www.ccne.org.br) e ações de evangelização que ocorrem em locais frequentados por gays.
Durante os cultos da Nova Esperança, os fiéis tem a oportunidade de prestar seu testemunho, louvar cânticos religiosos e ouvir a liturgia bíblica. Diferente das outras igrejas evangélicas, a CCNE utiliza-se de uma teologia inclusiva existente há mais de 40 anos que agrega as minorias e aceita a diversidade humana. Em relação a trechos da Bíblia que coondenam a relação homossexual, a presbítera Raquel Almeida explicou que de acordo com a teologia inclusiva, o trecho bíblico refere-se a relação durante os rituais religiosos que ocorriam na época.

A presbítera da CCNE explicou também que não é fácil manter um trabalho como esse, principalmente por causa das interpretações e do preconceito que a sociedade tem em relação ao público. Companheira da pastora da igreja, Raquel explica que a ausência de conhecimento mais apurado, faz com que pessoas de outras religiões exclua os gays. "Por falta de informação, alguns religiosos dizem que a homossexualidade trata-se de uma possessão diabólica e outros acreditam que seja um desvio de comportamento ou caráter", relatou.

Para o professor de dança Augusto Santos (nome fictício), descobrir a igreja foi como se estivesse nascido de novo. Afastado há 15 anos, ele afirmou que o fato de sua antiga igreja possuir uma doutrina que não aceita sua homossexualidade, foi o que fez ele procurar a CCNE. "Muitas igrejas dizem que respeitam as diversidades, mas respeitar é aceitar a natureza de cada um", ressaltou.

Unidade conta com cerca de 45 frequentadores, com idades entre 19 e 45 anos, sendo a maioria homossexual assumida

http://www.diariodenatal.com.br/2011/02/27/cidades5_0.php

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