“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” (Lc 14:28)
É lamentável, mas, em nossos dias, há milhares de pessoas, entre elas, cristãos, que sofrem por não saberem lidar com dinheiro. Isso é diferente para quem é santo na finança. Mas o que é ser santo na finança? É tê-la equilibrada, abençoada pelo Senhor e dirigida pelos princípios de sua palavra.
”As avaliações dos especialistas em crédito indicam que muitas das pessoas que do Real para cá se endividaram além da conta tinham um bom cadastro antes de se entusiasmar pelo crediário, mas não fizeram uma avaliação correta do impacto das prestações sobre suas despesas mensais. Ou seja, não souberam planejar os gastos e perderam a capacidade de pagar a prestação do carro novo ou da TV de 34 polegadas. (...) Quase 10% das pessoas que compraram a prazo atrasaram as prestações por mais de 180 dias no primeiro semestre deste ano.
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Não há pesquisas profundas sobre o perfil do brasileiro de classe média que tem emprego, não enfrentou o fim de um casamento, doença na família ou qualquer outra situação que justificasse gastos exagerados e mesmo assim vive com o limite do cheque especial estourado. O que existe é uma avaliação, com base na sensibilidade dos consultores em finanças pessoais, das características desse grupo. São trabalhadores que normalmente estão em fase de ascensão profissional (...). Como trabalham muito, não têm tempo para cuidar das próprias contas. Mantêm um padrão de consumo elevado, possuem mais de um cartão de crédito e nunca se preocupam em controlar o canhoto do talão de cheques (...).
Ao contrário do que pode parecer, dizem os especialistas em finanças pessoais, a causa do descontrole financeiro são as pequenas despesas. Os almoços fora de casa, as visitas semanais ao salão de beleza, a compra de quinquilharias, o aluguel exagerado de fitas na locadora [DVD’s] e outras despesas do gênero são os destinos mais freqüentes do dinheiro que no final do mês acaba não sendo suficiente para o pagamento das grandes prestações. (Quem jamais passou pela experiência de sair de casa com uma nota de 50 reais na carteira e ao final do dia, sem um tostão, não conseguir se lembrar onde foi parar o dinheiro?).”
Fonte do comentário: GALLUPO, Ricardo; VERANO, Rachel. Faça as contas. Disponível em: Revista Veja On line (http://veja.abril.com.br/090998/p_116.html) Acessado em 05∕10∕2009.
E A BÍBLIA, O QUE DIZ?
O descontrole financeiro é desastroso! Seu triste resultado é a dívida. Alguém já disse: “A pobreza é dura, mas a dívida é horrível”. Essa verdade pode ser percebida nos efeitos da dívida: afeta as relações interpessoais, prejudica a produtividade no trabalho, traz ruína a muitos lares, causa estresse, ansiedade, depressão e afeta a saúde física. Mas, o que é pior, o relacionamento com Deus é diretamente prejudicado. Não é isso que o Senhor quer para seus filhos! Tal situação pode ser evitada ou superada, se forem observados os princípios bíblicos a seguir:
1. O princípio bíblico da mordomia: Se desejarmos ver nosso dinheiro e nossos bens santificados e abençoados, a primeira coisa a fazer é reconhecer em Deus o verdadeiro dono de todas as coisas. Nada é nosso! Do Senhor é a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam (Sl 24:1). Somos apenas os mordomos. Deus nos entregou os seus recursos para que cuidemos deles. E, nossa incumbência é administrá-los com sabedoria e dedicação, pois, um dia, vamos lhe prestar contas de nossa administração. O desejo de Deus é que usemos o que entregou, para o avanço de seu reino e ajuda aos necessitados.
Esse princípio é libertador! Quando o entendemos, nossa atitude diante do dinheiro muda radicalmente e encontramos uma motivação mais legítima para adquiri-lo. Sendo mordomos, devemos ser generosos em ajudar os que precisam. Sendo mordomos, devemos ser fiéis a Deus. Não devemos nos esquecer de devolver a parte que lhe cabe. Entreguemos os dízimos e as ofertas como expressão de gratidão. Ele promete retribuir nossa liberalidade abrindo as comportas do céu e derramando benções sem medidas (Ml 3:10). Creia nisso, meu irmão! Honre ao Senhor com os seus bens e com as primícias de toda a sua renda (Pv 3:9), pois esse é o primeiro passo para sermos santos na finança.
2. O princípio bíblico da gerência: Este é outro princípio importantíssimo para quem deseja ver suas finanças controladas, com santidade e com a benção de Deus. O princípio da mordomia é formidável, mas só ele não basta. Devemos entregar os 10% de Deus, mas, também, precisamos administrar bem os 90% restantes. É neste ponto que muitos falham. Observe o que diz a palavra de Deus, em Lucas, capítulo 14, versículo 28: Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? (NVI). Eis aqui o princípio da gerência.
Podemos extrair desse versículo três ensinos sobre gerenciamento das finanças. Primeiro: Planejar é preciso! Um planejamento pode ser em curto, médio e em longo prazo; porém, sempre deve considerar o que comprar, quanto custará, quando se comprará e de onde sairá o recurso para pagar. Segundo: Orçar é essencial! O orçamento pessoal ou familiar é eficaz para não se gastar mais do que se ganha. O ideal é anotar em folha de papel todas as receitas e as despesas. Terceiro: Controlar é fundamental! É importante planejar e orçar, mas isso só surtirá efeito se for acompanhado de controle rigoroso. Um descuido pode ser fatal!
3. O princípio bíblico da probidade: De acordo com dicionário, “probidade” é retidão ou integridade de caráter, honestidade, honradez. Para o cristão que deseja ser santo na finança, esse princípio é indispensável. A Bíblia fornece excelentes conselhos sobre trato com dinheiro e, em boa parte deles, temos Deus insistindo para que seus filhos ganhem o dinheiro de maneira honesta e justa. Para começar, o cristão deve ter uma fonte de renda lícita e, para isso, o trabalho é essencial. Com o suor do seu rosto você comerá o pão (Gn 3:19 – NVI). Precisa também ter cuidado com a avareza, pois é melhor ter pouco com retidão do que muito com injustiça (Pv 16:8).
Quando o servo de Deus vive o princípio da probidade em sua vida financeira, é honesto em seus negócios. Não passa cheque sem fundos; não compra sem ter como pagar; procura manter seus compromissos financeiros em dia, e luta para manter seu nome limpo na praça. Entretanto, esse princípio depende dos dois princípios anteriores, principalmente aquele que diz respeito à boa administração do dinheiro. Há cristãos que, por se descuidarem disso, acabam endividados e mergulhados em situações que não convêm aos filhos de Deus.
4. O princípio bíblico da provisão: Por favor, preste atenção no que está escrito no livro de Provérbios, capítulo 21, versículo 20: O homem de bom senso economiza, e tem sempre bastante comida e dinheiro em sua casa; o tolo gasta todo seu dinheiro assim que o recebe (BV). A pessoa que deseja ser santa na finança deve ser prudente, prevenida e sábia. Deve agir como fez José no Egito: poupar e armazenar no período das “vacas gordas”, para não faltar nos dias das “vacas magras” (Gn 41:46- 53). É muito importante ter uma reserva de dinheiro para negócios futuros ou para ocasiões de emergências.
Na realidade, ninguém está livre de enfrentar uma situação difícil, por causa de um imprevisto, que fuja ao nosso controle e que exija despesas extras. Por exemplo: a perda do emprego, um acidente, uma doença grave ou morte de um ente querido. Muitos perdem o controle nas finanças nessas situações. Precisamos aprender a lição da formiga! Ela armazena alimento no verão, e, quando vem o inverno, ela está salva (Pv 6:8). Dizem os especialistas: “Poupar é a primeira batalha. Investir corretamente, fazendo seu dinheiro crescer, é a segunda. Usufruir os resultados obtidos é vencer guerra!”.
5. O princípio bíblico do equilíbrio: Em todas as áreas da vida cristã, o equilíbrio é indispensável. Não é diferente nas questões de finança. Para vivenciar o princípio do equilíbrio, no uso de nosso dinheiro e dos bens materiais, é preciso colocar em prática todos os princípios até aqui mencionados. Mas também são fundamentais a prudência, o domínio próprio e a sabedoria ao usar o dinheiro que Deus nos tem concedido. É uma questão simples: “O segredo de prosperar é gastar menos do que se ganha. E poupar o que se economizou”. Todavia, isso não é algo fácil de praticar.
Para termos nossas contas equilibradas, precisamos ficar atentos ao perigo do consumismo, pois ele pode nos levar a gastar o dinheiro que ainda não temos, em coisas que não necessitamos. Meu irmão, o apelo da mídia tem sido cada vez mais forte para levar você e a sua família a consumir cada vez mais. Por isso, você precisa ser sóbrio e vigilante (I Pe 5:8). Nunca compre sob o impacto da propaganda. Cuidado com uso do cartão de crédito. Ele é uma armadilha a começar pelo nome. Deveria se chamar “Cartão de Dívida”. Se possível, não faça crediário. Evite dar cheque pré-datado. Fuja do cheque especial. Cultive o equilíbrio na finança e tenha paz na vida.
Você já ouviu falar sobre a “Lei de Responsabilidade Fiscal”? Ela é um código de conduta para os administradores públicos de nosso país. Define como um governante deve cuidar dos recursos financeiros em seu mandato, pagando as contas e só assumindo compromissos que possa honrar. Essa lei encontra respaldo bíblico. Ela também se aplica a sua vida! Você é responsável, diante de Deus, pelo dinheiro que ele lhe concedeu. Portanto, medite em cada um dos princípios ensinados e peça ajuda a Deus para colocá-los em prática. Assim, você será um mordomo (administrador) fiel em tudo que Deus lhe concedeu.
VAMOS MUDAR!
Quer ser santo na finança? Use o dinheiro e os bens com desapego! Ouça Jesus: Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens (Lc 12:15 – BV). E mais: Não ajunteis tesouros na terra (...). Mas ajuntai tesouros no céu (Mt 6:20). Todo cristão precisa viver na perspectiva da eternidade. Por isso, você deve ter cuidado com o apego ao dinheiro e coisas materiais. Saiba: “O dinheiro não é um elemento neutro”.9 Não é inofensivo. Ele atrai, seduz e fascina. Pode tornar-se um deus em sua vida (Mt 6:24). Saiba que o melhor remédio contra o apego e a ganância é a generosidade. Não viva só para você (Fp 2:4). Ajude o necessitado! Honre a Deus com seus bens e ajunte tesouro no céu.
Quer ser santo na finança? Use o dinheiro e os bens com sabedoria! Se você deseja ser santo e bem sucedido nesta área de sua vida, é imprescindível ter “sabedoria financeira”, isto é, saber gerir o dinheiro e os bens de forma que venha beneficiar você, sua família, os necessitados e, principalmente, o reino de Deus. O cristão precisa ser sábio para ganhar, gastar, doar, poupar e investir o dinheiro. Onde se encontra essa sabedoria? Existem muitas fontes de conhecimento para a vida financeira. Uma, no entanto, é superior: a Bíblia Sagrada. Conheça e aplique, em sua vida, os princípios contidos nela e seja bem sucedido, pois aquele que encontra sabedoria e descobre a verdade é um homem feliz! (Pv 3:13).
Quer ser santo na finança? Use o dinheiro e os bens com liberdade! Observe o que diz o apóstolo Paulo: A ninguém fiqueis devendo coisa alguma (Rm 13:8a). Com essas palavras, ele não está proibindo o cristão de contrair dívidas. Contudo, a ideia desse texto é que devemos evitar dívidas a todo custo e, se contrairmos alguma, devemos quitá-la o mais rápido possível (cf. Pv 6:1-6). Sabe por quê? A dívida é escravizante! Diz-nos a Bíblia: O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é escravo de quem empresta (Pv 22:7). Se você não tem dívidas, continue assim. Mantenha a distância! Não se torne escravo delas. Mas se você as tem, decida, hoje mesmo, livrar-se delas. De que maneira? Ore, faça uma lista de suas dívidas e elabore cronograma para pagá-las. Negocie-as. Não desista, até ficar livre delas.
CONCLUSÃO:
A Bíblia é generosa em passagens que tratam sobre dinheiro. Em toda Bíblia, há mais de 2.000 versículos sobre finanças. Por que tanta informação sobre dinheiro? Deus quer ensinar a lidar com ele. Por que a maneira como o encaramos revela nossa motivação, nosso caráter e mostra o que é, de fato, importante para nós. Estes são princípios bíblicos fundamentais para sermos santos nesta melindrosa área de nossa vida. Que o Senhor Deus nos ajude a colocá-los em prática, para que tenhamos as finanças equilibradas e abençoadas por ele.
Que Deus nos abençoe e guarde! Amém!
Fonte: Lições Bíblicas – DEC.
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