Tudo era maravilhoso onde ele morava; tudo brilhava! Ele era todo cheio de glória, reluzente, tão lindo que um pobre mortal jamais teria condições de vê-lo! A todo instante, era elogiado e adorado. Ao redor dele, aqueles que o adoravam diziam: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos!” Porém, chegou o momento de o Pai lhe dizer: “Filho, está na hora! Você precisa descer!” Ele, então, submisso, deixou seu trono glorioso, a paz de seu lar, toda a sua formosura, toda a adoração e o louvor que recebia, e desceu.
Ao descer, ele se rebaixou ao máximo: de Todo-Poderoso, tornou-se frágil; de glorioso, tornou-se pobre, a ponto de não ter onde reclinar a cabeça; de lindo, tornou-se abatido, ferido de Deus e oprimido; de adorado e elogiado, tornou-se desprezado, difamado, blasfemado e insultado; de espírito imortal, tornou-se humano, carne perecível.
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Rebaixando-se mais ainda, assumiu um lugar que era ocupado por um dos animais mais dependentes: o cordeiro. Se ao menos ele tivesse se tornado o Grande Homem de Deus! Mas, de tão radical que foi a sua descida, ele se tornou bem menos que isso: veio para ser o Cordeiro de Deus!
Por que ele se rebaixou tanto?! Não havia outra maneira de salvar a humanidade?
Não, não havia!
Sem sua descida, jamais teríamos acesso a ele, ao perdão de Deus; jamais teríamos a esperança de provar a transformação de nossa natureza perversa em uma natureza santa, semelhante à dele;
Jamais saberíamos que a vida eterna é um bem infinitamente maior que qualquer glória terrena.
Ele precisou descer, para conquistar para si um povo santo, zeloso e de boas obras, para que, através de nosso testemunho, o nome dele seja glorificado.
Ele precisou descer, para que pudesse dizer: “Agora, todo o poder me é dado, no céu e na terra!”. E porque ele desceu, "Deus lhe deu um nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus todo joelho se dobre e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai".
O exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo é que nos encoraja a enfrentar as tantas descidas de nossa vida! Porque nossa história se parece muito mais com a dele, quando somos rebaixados; quando conhecemos o fracasso, as frustrações; quando olhamos para trás e vemos que nada restou de nosso prestígio, dos elogios e do reconhecimento que recebíamos.
Nosso caráter se assemelha ao dele, quando aprendemos a ser humildes, a servir e a valorizar as pessoas mais do que as coisas.
O exemplo de Cristo nos ensina que não há glória sem cruz, não há vida eterna sem morte! Por isso, se queremos nos parecer com ele, precisamos aprender a renunciar, a perder, a depender dos outros, a sermos os últimos e nos alegrarmos pelos que são os primeiros.
Ele ressuscitou e voltou ao seu trono de glória. É tremendamente e incessantemente adorado pelos seres celestiais. Mas sempre que uma alma se arrepende e lhe implora compaixão, perdão e transformação de vida, ele não hesita em se rebaixar novamente, porque, mesmo sendo o Rei da Glória, ele ainda é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!
Por Eudoxiana Canto Melo. VI no PC Amaral
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